Escrevia a Jonas hoje, um post intitulado, "Os novos abutres". Ora, obrigado por me fazer relembrar mais uma vez o que o tempo me obrigou a adormecer!
Olho diariamente à minha volta, questiono quem me rodeia e todos os dias concordamos que um dia isto tem de parar, no entanto, inconscientemente, também concordamos em não fazer nada, adiando o inevitável.
Sinto-me incomodado por:
1. Ser obrigado, por mim próprio e por quem me rodeia a ter bens materiais supérfluos, coisas que não preciso, e que me levam a querer constantemente, e que me são indispensáveis.
2. Ser obrigado, a muitas vezes estar em situações que não me satisfazem, só para não incomodar quem me rodeia.
3. Rir-me sem ter vontade, porque assim o é exigido, e se assim não o for, o caminho será muito mais sinuoso.
4. Ser obrigado a acomodar-me, porque me exigem estabilidade e segurança em todo o lado.
Podia continuar a lista, pela tarde adentro, e asseguro que teria conteúdo para isso. Chamo-lhe incómodos, porque estou, mais uma vez, a ser delicado com quem lê este desabafo e não quero ferir susceptibilidades.
A verdade que me incomoda é terem edificado umas paredes invisíveis à volta de cada indivíduo, levarem-no a acreditar que, o que cada um de nós necessita é, trabalhar uma vida toda para pagar bens materiais que na realidade nunca precisou. Levarem cada um destes indivíduos a sentirem-se incompreendidos e muitas vezes excluídos , quando por clareza ou demência não concordam com estes limites impostos.
Se pensar ,5 minutos, em tudo o que tem e que na realidade não precisava, em tudo o que faz e na realidade não o queria fazer, ou até no trabalho que tem e que não o satisfaz, só para se sentir parte de algo, que na realidade nem queria, verá que tal como eu, também vive enclausurado por uma sociedade que foi criada por alguém que não você.
E foi dito!
Tudo o que li parece eco do que me digo a mim próprio todos os dias... mas afinal de contas o que podemos fazer para abrir a nossa propria jaula!?